domingo, 9 de dezembro de 2012

Planejando o Look - Parte I - Verão

Vou aproveitar essa época de fim de ano - e umas micro férias que terei - para dar uma ajeitada no meu guarda-roupa. Ando super, super, super enjoada de ir com as mesmas produções para todo canto. Geralmente é o figurino de trabalho que vai comigo passear no sábado de manhã e sair com os amigos à noite. É que, na falta de grana, dei prioridade às roupas de trabalho, porque sou advogada e preciso andar bem vestida.


 Mas agora isso acabou! Iupiiii!!!! Comecei a montar os looks e estou comprando roupas específicas para o dia, a noite, o trabalho. Meu corpo é o seguinte: eu estou muuuuuito acima do peso (vide régua acima), mas meu formato é relativamente proporcional de cima abaixo. Não tenho quadris gigantes nem pequenos. Também não tenho peitão. O que tenho muito são braços grossos (então, nada de colocá-los de fora) e, ultimamente, uma barriguinha que antes não existia.  Outro problema é que eu tenho umas gordurinhas localizadas nas costas que detesto. Eu sempre uso um tailleurzinho, uma jaqueta ou uma blusinha fina por cima de tudo.
 
Para janeiro estou planejando umas roupinhas bem frescas, arejadas, com cores que lembrem sol. Serão umas bermudinhas confortáveis, sandálias rasteirinhas e toques de cor. Eu adoro azul turqueza, coral, verde clarinho, laranja. Sempre coisas simples, não tenho a necessidade de ser inovadora, apenas de me sentir bem. Pensei, por exemplo, em algo assim:
 
 
No shopping aqui do meu bairro tem duas lojas de roupas de tamanhos grandes. Uma delas não é muito legal, mas a outra tem muitas opções. Esta semana comprei duas calças jeans e uma camisetinha de malha. Tinha umas blusas de noite lindíssimas, algumas com paetês foscos, que eu gosto. Estou tentada a voltar lá.

Um recurso que costumo utilizar, mas muita gente tem preconceito, é roupa de costureira. Como nem sempre eu consigo encontrar tudo o que quero do meu tamanho, mando fazer. Encontrei uma costureira ótima, que faz roupas com acabamento igual às roupas de loja. Fica ótimo, com qualidade excelente e caimento perfeitinho pra mim. O que dá pra comprar em loja, compro. O que não dá, vai pra costureira. Fica barato e ando sempre nos trinques. Sou bastante elogiada por ser elegante. Arrasei! kkkkk

Beijokas!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Ah! As Festas de Fim de Ano...!

Talvez não exista período mais complicado pra quem quer emagrecer do que esse de fim de ano. No carnaval dá pra pular até cansar e perder uns quilinhos. No São João você só come as guloseimas se quiser. Mas no Natal não tem como fugir das confraternizações, jantares, ceias, amigos secretos e todos os encontros sociais da época. Todos, claro, muito bem recheadinhos das comidas mais saborosas e apetitosas que existem. Ô inferno!
 
Só esta semana eu tenho quatro: a confraternização de uma associação cliente nossa, um coquetel de lançamento de livro, uma confra com amigos e um aniversário. Não tenho como me esquivar de nenhum. Semana que vem, outra carga dessas. Que fazer?
 
Tá esperando que eu dê alguma resposta? Dou não, porque não sei. A gente sempre diz que é só fechar a boca nesses eventos, não comer tudo, ficar ali na água com gás e uma rodela de limão, mas, sejamos sinceras: quem consegue manter esse controle o tempo todo durante esse período? Querendo ou não, em algum momento a gente vai enfiar o pé na jaca e comer mais do que deve.
 
Pra mim, pelo menos, a única solução viável é relaxar e gozar. Tentar manter o controle possível mas não estressar. Em janeiro eu desconto o prejuízo. Sem drama.

domingo, 18 de novembro de 2012

Até onde EU quero ir para emagrecer?

 
Confesso: já fiz dietas loucas, já tomei remédios para emagrecer com prescrição médica (duas vezes), já tomei shakes sem prescrição, já fiz várias doidices. Houve um tempo em que eu caminhava por uma hora, quando chegava em casa ia dançar por mais uma hora e aproveitava cada minuto para me mexer. Fiquei meio elétrica, meio nervosa, me sentia mal.
 
Tudo isso funciona por um tempo. Eu perco peso (às vezes rápido, às vezes lentamente), fico eufórica, me empolgo. Depois o ritmo vai diminuindo, a capacidade de suportar a fome vai minando, vou ficando cansada, enfim, desisto.
 
Eu sou uma pessoa bem racional. Gosto de pensar sobre tudo, questionar tudo. E agora, nessa minha nova tentativa de emagrecer, estou me questionando sobre tudo isso, sobre essas fórmulas para emagrecer que nos são apresentadas, sobre esses sacrifícios que fazemos, os limites aonde chegamos. Acredito que chegar a uma conclusão minha própria, que me faça compreender o que acontece comigo e como eu funciono, sem me guiar pela opinião de ninguém nem por fórmulas preestabelecidas, é a solução para conseguir um emagrecimento definitivo. Conhecer a mim mesma é o que funciona. Então vamos lá.
 
Primeiro: todos dizem que para emagrecer é preciso mudar o estilo de vida. Para sempre. Ok, eu não posso passar o resto da vida comendo coxinhas e guloseimas. Isso está claro. Mas o que significa, pra mim, Amanda, mudar o estilo de vida? Tem que ser algo que eu possa manter até envelhecer, certo? Não pode ser demasiadamente sacrificante nem excessivamente rígido. E eis chave da questão. Eu sou uma pessoa calma e mais voltada à reflexão e à introspecção do que à atividade. Eu NÃO QUERO chegar em casa depois de um dia exaustivo de trabalho e sair correndo feito uma louca para ir a uma academia ou para caminhar durante uma hora. Já vi que isso não se sustenta. Simplesmente porque é contra minha natureza, é contra o que eu sou, é contra o que meu organismo pede. Eu NÃO VOU passar o resto da vida comendo alimentos diet, com aquele gosto de adoçante horrível, ou os igualmente horríveis desnatados. Isso é me molestar, me agredir, me deixar triste.
 
Tenho que respeitar meus limites, tenho que ser fiel ao que considero ser qualidade de vida (que não é, nem de longe, viver deprimida e fazendo tudo o que não gosto) e, assim, encontrar a minha própria fórmula para emagrecer. E o que penso em fazer então?
 
Primeiro, mudar, sim, a alimentação, mas mudar de forma a que eu ainda sinta o prazer de comer. Tenho que diminuir muito as quantidades; escolher, dentre os alimentos saudáveis, aqueles que eu gosto; abandonar as guloseimas (sim, sem esforço também nada se consegue) ou só consumi-las em ocasiões especiais; aprender novos preparos.
 
Quanto à atividade física, nada de academia nem caminhada. ODEIO!!! Vou dançar! Dançar, dançar, dançar! Em casa, com os amigos, onde der. Fazer bicicleta (tenho uma em casa) e ir aos lugares mais próximos a pé, passeando.
 
Aos poucos vou sentindo como isso vai funcionar. O que dá resultado, o que não dá, o que precisa mudar. Mas sempre respeitando a mim. A vida já me tirou muito, não vou permitir que me tire mais nada exceto o excesso de peso. Só posso me comprometer pro resto da vida se viver com prazer. Eu sou assim, fazer o quê?

sábado, 3 de novembro de 2012

30 anos sem lutar

 
A lembrança mais remota que tenho de sonhar em emagrecer é de quando eu tinha oito anos. Me lembro de pensar: "aos 11 anos já serei uma moça, e aí quero ser magra". Eu me imaginava num jeans coladinho, tênis e blusa vermelha. Mas já naquela época esse pensamento era revestido de uma certa angústia, como se fosse algo inatingível.
 
Fazendo uma anamnese: sempre fui uma criança gordinha, e isso era incentivado na minha família como sinal de beleza e saúde. Minha irmã, que era muito magra, vivia doente, chegando mesmo perto de perder a vida. Acho que isso ficou marcado na minha mente como uma oposição: comida é igual a vida; não comer é igual a morrer. Comida é igual a ser alegre, forte, saudável, corajosa. Não comer é ser triste, fraca, sem personalidade.
 
Pra piorar, fui criada com avó e tias, e lá em casa existiam uns conceitos esquisitos. O primeiro deles era de minha vó, a matriarca sabe-tudo, que dizia que eu emagreceria naturalmente quando chegasse à adolescência. Não sei porque cargas d´água conferia-se autoridade a minha vó, que não era médica, para saber dessas coisas. Hoje eu sei que não é assim. Pelo contrário: criança obesa, adulto obeso. Eu deveria ter sido tratada na infância. O segundo conceito era de minhas tias: mulher bonita é burra. E eu dava muita, mas muita importância a ser inteligente. Era minha prioridade máxima, e disso não me arrependo. Mas eu não raciocinei (nem tinha maturidade pra isso) que poderia ser bonita "E" inteligente ao mesmo tempo. Então meio que fui me deixando embarangar sem me preocupar muito, pois achava que a inteligência superaria tudo. O terceiro conceito, também emanado de minhas tias, era de que a pessoa tem que gostar de você pelo que você é, não pela sua aparência. Isso pode ser verdade em parte, mas ser atraente é importante no mundo. Fato. Mulheres bonitas atraem mais homens. Eu, criança, interpretei que não precisava ser bonita.
 
Tive, entretanto, alguns fatores de sorte: um rosto bonito, um cabelo lindo, um temperamento simpático e extrovertido, uma auto-confiança que vinha do fato de me saber inteligente. Isso foi importante para que eu conseguisse ser popular, ter muitos amigos, ser bem sucedida socialmente e, sobretudo, conseguir namorar na idade certa, até antes de boa parte das minhas amigas.
 
Entre os 13 e os 16 anos eu comecei a fazer ginástica e emagreci. Não ao ponto de me tornar magra de verdade, mas ao ponto de ser apenas um pouco cheínha. Eu até conseguia comprar roupas em lojas normais. Foi a única fase da minha vida em que isso aconteceu.
 
Portanto, ser gordinha não foi problema no começo da adolescência, aquele momento crítico em que a auto-estima se forma. Isso foi bom porque eu tinha certeza absoluta de ser bonita, o que é importantíssimo para uma mulher.
 
As coisas só começaram a mudar quando eu mudei de cidade para estudar, já no ensino médio. Na minha cidade eu não sofria qualquer tipo de preconceito. Pelo contrário: era até bem elogiada. Quando vim para a capital, para o colégio novo, foi um baque. Eu não sofria bullying, mas as pessoas faziam observações sobre meu peso descaradamente, a maioria com ar de quem quer "ajudar".
 
Aos 18, no cursinho, apaixonei-me pelo rapaz mais bonito do colégio. Ele já era mais velho, tinha 26 anos, e o que me atraiu nele, admito, foi principalmente a beleza. Ele tinha inúmeras outras qualidades que também me atraíram, mas eu estava absolutamente hipnotizada por tanta beleza. Minha proximidade com ele foi muito questionada. As pessoas perguntavam, na nossa cara, o que ele tinha visto em mim. Era muita pressão.
 
Ficamos amigos, mas como mulher ele me rejeitou. E eu fiquei atônita. Era a primeira vez na minha vida que isso acontecia, e a partir daí minha auto-estima e auto-confiança foi quebrada definitivamente. Não assim, do dia para a noite, e não na primeira rejeição. Essa história com ele durou seis anos. Eu não conseguia desistir dele, continuava insistindo, chegamos até a "ficar" algumas vezes, eu perdi a virgindade com ele, mas namoro não acontecia. O pior é que eu sabia com certeza absoluta que ele também gostava de mim, mas era muito vaidoso e não tinha coragem de me assumir publicamente. Foram anos seguidos de muito sofrimento, anos em que eu não consegui me envolver com ninguém mais. Os melhores anos da minha vida: dos 18 aos 24. Perdidos.
 
Na faculdade, mais rejeição. Eu, menina do interior, educada em colégio de freiras, não consegui lidar com o ritmo e a maturidade dos meus colegas do curso. Eles eram impiedosos, e foi um tempo tão difícil que eu não consegui terminar o curso. Além do mais, nessa época me deparei pela primeira vez com a morte. Uma das minhas tias, justamente a quem eu era mais apegada, morreu de repente. E depois dela foram morrendo, em sequência, várias outras pessoas queridas na família.
 
Foi um mergulho no abismo: a nova vida à qual eu não me adaptava, a rejeição, as mortes, o fracasso no curso pelo qual eu tinha lutado tanto. Todos os meus valores, tudo aquilo em que eu acreditava, já não valia mais nada. Fiquei sem chão, sem parâmetros, sem segurança nenhuma, sem forças. Como é que tudo em que eu acreditava, todo o meu conceito de mundo, estava errado?
 
No meio de tanta coisa, não era de se esperar que eu conseguisse controlar o peso. E de fato não consegui. Eu explodi. Aos 21, já pesava 100kg. Tentei iniciar dietas algumas vezes, mas sempre que eu começava acontecia alguma coisa grave, como a morte de alguém próximo, e eu não tinha forças para continuar. Aos 31 minha vó morreu. Procurei ajuda médica e descobri que estava pesando 137kg. Aquela morte me fez ver que eu não tinha mais nada a perder e eu pensei: "agora nada mais me prende, agora eu posso emagrecer". Fiz dieta, exercícios e cheguei aos 109kg. Minha auto-estima estava lá em cima, os homens estavam olhando para mim, e pela primeira vez desde os 15 anos de idade eu tinha um namorado de verdade, em público, todo mundo sabendo.
 
O namoro, entretanto, não durou. Outros problemas graves (que não dá pra contar aqui por falta de espaço) aconteceram. O ponteiro da balança parou de cair e eu desanimei. Engordei tudo de novo. Engordei mais que antes.
 
Assim é que hoje, aos 38, estou pesando 149kg. Estou hipertensa, extremamente sedentária e agora sinto coisas estranhas, como taquicardia e uma pressão na cabeça, apesar dos remédios que estou tomando. O pior é que durante toda a minha vida, apesar de gorda, eu tinha um bom condicionamento físico porque era muito ativa, andava muito, me mexia muito, não parava. Mas nos últimos dois anos tenho trabalhado em casa. Graças a deus isso acaba na próxima semana, quando passo a trabalhar fora.
 
Mas os problemas não param por aí. Estou sem carro e, com esse peso, não passo na catraca do ônibus. Isso tem me trazido uma angústia sem fim. Como fazer a partir de agora, que terei de pegar ônibus todos os dias? Não dá pra ir de taxi: são 25 reais cada corrida, seriam 50 reais por dia. Eu descobri que o limite máximo para que eu consiga passar na catraca é de 146kg, ou seja, tenho que eliminar 3kg o mais rápido possível. Essa é minha primeira meta. Como atingi-la, se estou sem um pingo de ânimo, sem um pingo de motivação, sem coragem de me exercitar e comendo feito uma louca?
 
Minha missão agora é resolver isso. TENHO que eliminar esses 3 quilos, pra pelo menos poder chegar ao trabalho. Nunca pensei que um dia sonharia em poder andar de ônibus. (risos)
 
Depois da destruição de TODOS os meus valores, de tudo em que eu acreditava, de minha estrutura familiar, eu fiquei como uma terra arrasada. Estou reconstruindo tudo, agora em parâmetros mais sólidos. Suspeito que algumas coisas não poderão ser reconstruídas -acho que nunca mais vou me relacionar com ninguém- mas outras podem ser retomadas.
 
Quem sabe não é o momento de realizar o sonho que eu tive pela primeira vez aos oito anos de idade? Sei que nunca serei magra de verdade, mas se eu chegar a um peso em que, pela primeira vez na vida, me sinta confortável, já será uma grande vitória.